Mulheres da Ocupação Dandara debatem direitos, segurança e autoproteção em dois encontros de formação

“Precisamos falar dos direitos das mulheres!”. Foi com esse chamado que o Coletivo Margarida Alves e o coletivo Aura da Luta convidaram as mulheres da Ocupação Dandara para duas rodas de conversa realizadas nos dias 8 e 17 de junho na própria comunidade.

Os encontros tiveram como eixo o fortalecimento do coletivo de mulheres, a partir de discussões que desencadeassem ações de proteção coletiva, autocuidado e autoproteção. Foi assim que no primeiro encontro o tema central de discussão foi a violência contra a mulher. Reunidas em roda, as mulheres da Ocupação Dandara participaram de uma dinâmica na qual, a partir de algumas frases com noções pré-concebidas sobre a culpabilidade das mulheres, discutiram a ideia de consentimento e tipos de violência.

Também nesse encontro foi distribuído o material “Vamos conversar? – Cartilha de Enfrentamento da Violência Doméstica e Familiar Contra as Mulheres”, produzido pelo Centro Judiciário da Mulher do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (leia ela aqui na íntegra).

Já na segunda oficina, do dia 17 de junho, a conversa girou em torno dos temas sexualidade e justiça reprodutiva. No momento em que organizações feministas do país inteiro aguardam o julgamento pelo STF da ADPF 442, que pede a descriminalização da interrupção voluntária da gravidez até doze semanas, o debate sobre autonomia do corpo das mulheres foi imprescindível na ocupação. A partir de diversos relatos trazidos pelas mulheres pudemos debater melhor o assunto e procurar, juntas, formas possíveis de superar ou se proteger essas violências.

Para o Coletivo Margarida Alves, o fortalecimento desses espaços auto-organizados é fundamental para garantir maior segurança, autonomia e vida para as mulheres nos territórios. Seguimos em luta com o coletivo Aura da Luta e agradecemos tanto aprendizado compartilhado nesses dias. Essas ações são o caminho para construirmos mecanismos de nos proteger e nos cuidar, em busca de uma vida sem violência e violações de direitos humanos.