Como parte das atividades de uma articulação nacional em prol da autonomia reprodutiva, o Grupo Curumim, a Rede Feminista de Saúde e o Coletivo Margarida Alves ofereceram uma oficina sobre Violência Obstétrica no Abortamento, com o objetivo de refletir com as participantes sobre o papel da Atenção Primária em Saúde (APS) no seu enfrentamento.
A partir do conhecimento acumulado sobre a temática e expresso na cartilha produzida em parceria pelo Curumim e pelo CMA (clique na imagem para acessar), o grupo discutiu a invisibilidade da violência obstétrica no abortamento e a necessidade de não apenas se reconhecer sua magnitude e prevalência, mas também o papel de profissionais de saúde no seu enfrentamento.
A oficina foi desenvolvida a partir de estudos de caso, que permitiram problematizar algumas das principais barreiras e violações que levam a formas de violência obstétrica, tais como a falta de comunicação e informação, o descumprimento da lei, a falta de aconselhamento, a ausência de serviços de planejamento familiar, a falta e acolhimento, a discriminação e os maus-tratos, dentre outras.
A partir de uma metodologia ativa, as participantes produziram um mapa de soluções para os problemas diagnosticados, dentre as quais foram ressaltadas o aumento da cobertura da APS e o fortalecimento de seus quadros, o desenvolvimento de ações intersetoriais, envolvendo a APS e as escolas, a capacitação profissional em acolhimento humanizado ao abortamento e pós-aborto, o fortalecimento do trabalho de agentes comunitárias de saúde, como as parteiras tradicionais, a disseminação de informação em saúde sexual e reprodutiva e em direitos humanos e ações estruturais na sociedade que levem à desconstrução da cultura patriarcal.