Justiça Reprodutiva Socioambiental foi o tema de dois encontros de formação interna do Coletivo Margarida Alves, realizados na segunda quinzena de abril com apoio do Fundo Elas+. As reuniões buscaram refletir e fortalecer internamente o conceito-método que orienta o nosso trabalho e conecta princípios, movimentos e formas de organização das lutas por justiça reprodutiva e justiça socioambiental.
Na formação, resgatamos a ideia de justiça reprodutiva como uma complexificação em relação à categoria de “direitos sexuais e reprodutivos”, vinculada especialmente às lutas das mulheres negras e indígenas. Examinamos também como a justiça socioambiental, conceito formulado nos anos 80 e anterior ao de justiça reprodutiva, compreende um movimento social e teórico focado na distribuição dos recursos e danos ambientais na sociedade, além dos processos sociojurídicos que determinam essas distribuições.
Por fim, todas as integrantes do Coletivo Margarida Alves trataram da conexão entre esses dois campos, trazendo para o diálogo um relato da sua atuação e buscando refletir como as nossas ações corporificam a Justiça Reprodutiva Socioambiental. Algumas perguntas que tentamos responder foram: que reivindicações são feitas pelas comunidades nesse âmbito? Como se dá a conexão entre a reprodução da vida e o território? O que é necessário para a reprodução da comunidade no território? Como a injustiça que se denuncia no território impede essa reprodução?
A luta por Justiça Reprodutiva Socioambiental e as conexões que ela traz estão em processo de incorporação pelos movimentos sociais, acadêmicos e pelas políticas públicas. Enquanto isso, continuaremos dando a nossa contribuição, trazendo o tema para debate nos nossos encontros, materiais e no trabalho junto às comunidades que assessoramos.