Mulheres em luta pelas águas e pela vida: mineração no Tamanduá não!

Fotos: Comunicação MAM

A região de Catas Altas, município com cerca de 5 mil habitantes na região central de Minas Gerais, já sofre há vários anos com a mina de São Luiz, pertencente à empresa Vale S.A. A população é atingida pela atividade minerária das mais diversas formas, desde os danos ao modo de vida da comunidade aos riscos à saúde em decorrência da emissão de partículas de pó de minério de ferro. Mesmo com tantos danos já existentes, a mineradora agora pretende agravar ainda mais a situação dessas famílias, com a reativação de duas minas que podem comprometer todo o abastecimento de água da cidade, especialmente do distrito do Morro D’Água Quente.

Convivendo com os danos da mineração de maneira mais próxima, os/as moradores/as do distrito de Morro D’Água Quente, em especial as mulheres, têm se mobilizado contra a reativação dessas duas minas. No último final de semana, essas mulheres se reuniram com outras atingidas pela mineração na I Oficina de Auto-proteção e Segurança para mulheres, organizada pelo Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM), em parceria com outras organizações, dentre elas o Coletivo Margarida Alves, o Programa de Proteção a Defensoras e Defensores de Direitos Humanos – PPDDH, o Instituto de Direitos Humanos – IDH e a Justiça Global.

Uma das atividades da oficina de formação foi a participação na I Caminhada em Defesa das Águas, alertando a população de Catas Altas sobre os danos decorrentes da reativação das minas Tamanduá e Das Almas. Mulheres atingidas de Brumadinho, Serro, Conceição do Mato Dentro, Grão Mogol, Barão de Cocais, Santa Bárbara e Paula Cândido durante a caminhada deram seus depoimentos sobre os danos da mineração em seus respectivos territórios.

As mulheres organizadas mostraram para a população de Catas Altas e para toda a sociedade mineira que estão dispostas a resistir contra esse modelo de mineração predatório que destrói seus territórios e impacta mais fortemente suas vidas.

Seguiremos juntas, gritando que não queremos a retomada da mineração no Tamanduá. Porque onde tem mineração, tem mulheres em luta!